Alberto Caeiro
Alberto Caeiro
Na obra de Caeiro, há um objetivismo absoluto. Não lhe interessa o que se encontra por trás das coisas. Recusa o pensamento, sobretudo o pensamento metafísico, afirmando que “pensar é estar doente dos olhos”.
® Caeiro, poeta de olhar, procura ver as coisas como elas são, sem lhes atribuir significados ou sentimentos humanos. Considera que as coisas são como são.
® Constrói uma poesia das sensações, apreciando-as como boas por serem naturais. Para ele, o pensamento apenas falsifica as coisas.
® Numa clara oposição entre sensação e pensamento, o mundo de Caeiro é aquele que se percebe pelos sentidos, que se apreende por ter existência, forma e cor. O mundo existe e, por isso, basta senti-lo, basta experimentá-lo através dos sentidos, nomedamente através do ver.
® Ver é compreender. Tentar compreender pelo pensamento, pela razão, é não saber ver. Alberto Caeiro vê com os olhos, mas não com a mente. Considera, no entanto, que é necessário saber estar atento à “eterna novidade do mundo”.
® Condena o excesso de sensações, pois a partir de um certo grau as sensações passam de alegres a tristes.
® Em Caeiro, a poesia das sensações é, também, uma poesia da natureza.
® Optando pela vida no campo, acredita na Natureza, defendendo a necessidade de estar de acordo com ela, de fazer parte dela.
® Pela crença na Natureza, o Mestre revela-se um poeta pagão, que sabe ver o mundo dos sentidos, ou melhor, sabe ver o mundo onde se revela o divino, em que não precisa de pensar.
® Ao procurar ver as coisas como elas realmente são, sublima o real, numa atitude panteísta de divinização das coisas da natureza.
® Nesta atitude panteísta de que as coisas são divinas, desvaloriza a categoria conceptual “tempo”.
® O poeta confessa não ter “ambições nem desejos”. Ser poeta é a sua “maneira de estar sozinho”.
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